Serpentes Que Fumam (SQF) foi elaborado com base no Manifesto Futurista. Seus moldes de atuação, ação e dramaturgia estão ancorados nos conceitos de programa propostos por Eleonora Fabião, do Teatro Sintético e no Teatro Pós-Dramático.

 

O Movimento Futurista buscava deslocar o foco do objeto cênico para a ação. O valor que antes se atribuíra aos elementos dramatúrgicos (enredo, personagens, conflito dramático) passa a residir no ato cênico em si: na presença dos artistas, na intenção de desestruturar as certezas do espectador/cidadão e do próprio ator/performer sobre a arte e a vida.

 

SQF são pequenas ações realizadas em locais públicos que jogam com o status do que é real e do que é fictício para gerar outras percepções do que pode a vir a ser a cena/ação. Não há personagens, há pessoas. 

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Algumas ações se destacam desde a sua criação, em 2009, até a atualidade:

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SQF - Dia de Sol (piscinas em lugares inusitados da cidade); 

SQF - Aniversário de quem? (festa de aniversário surpresa para aniversariante indeterminado e oculto, em ambientes burocráticos, com fila de espera, como cartórios e bancos);

SQF - Manifesto 22 (manifestação de rua, passeata);

SQF - Show da Murcha (paródia de gincanas em ônibus e metrôs);

SQF - Churrasco no Tatu (churrasco no Buraco do Tatu, no centro de Brasília)

SQF - Carnaval Silencioso (bloco de carnaval de rua, fora de época, com fones de ouvido).

 

Atores e espectadores estão dentro do mesmo balaio. Para realizar esse trabalho, a Andaime sai da caixa preta teatral em direção à cidade, atraída pelo barulho e pelo movimento urbano, que, por sua vez, nos confronta com suas possibilidades, pluralidades de lugares, de pessoas e de regras (público/privado), em um cotidiano cada vez mais virtual. A ideia é trocar com a cidade, espalhar artisticamente o nosso manifesto, desviar o passante e entregar gentilezas para desconhecidos íntimos.